4 de jan. de 2012

CELEBRANDO 15 ANOS, MOSTRA TIRADENTES COLOCA O PAPEL DO ATOR NO CENTRO DA DISCUSSÃO E HOMENAGEIA SELTON MELLO















Evento também anuncia sua programação de curtas-metragens, com mais de 80 filmes selecionados, incluindo obras premiadas em festivais nacionais e internacionais
A Mostra de Cinema de Tiradentes chega a sua 15ª edição, de 20 a 28 de janeiro de 2012 - um percurso que testemunhou o surgimento de uma nova geração e a trajetória do cinema brasileiro pós-retomada, de Central do Brasil a Tropa de Elite 2. Nesse período, foram inauguradas mais de mil salas no circuito exibidor, o público de cinema dobrou no país e a participação da produção brasileira nesse total multiplicou-se por quatro. Foi um período de renascimento e consolidação do cinema brasileiro, e a Mostra Tiradentes acompanhou de perto todo esse processo.
“A cada ano, a Mostra Tiradentes tem demonstrado capacidade de renovar-se e estabelecer diálogo entre as diversas esferas da sociedade e as forças constituintes de uma cinematografia. Em 15 anos de Mostra Tiradentes, podemos afirmar que o evento cresceu, a estrutura foi ampliada e o que começou como uma Mostra regionalizada tornou-se um enriquecedor espaço de exibição e discussão do cinema brasileiro contemporâneo – um exemplo que já impulsionou novas iniciativas no Estado e no Brasil”, afirma Raquel Hallak – coordenadora do evento.
Celebrando seus 15 anos, a Mostra Tiradentes coloca em evidência um dos principais responsáveis por essa reaproximação entre o cinema brasileiro e seu público: o ator. Propõe como temática “O Ator em Expansão”, visando refletir o papel e valorização do ator no processo de criação do filme: o ator como ideia, como pensamento, como forma e não apenas como corpo a cumprir um objetivo em cena.
“Um ator expandido não significa necessariamente um diretor recolhido. A autoria não precisa ser questão de um único indivíduo, mas sim de um tecido de confecção colaborativa. Um ator-autor, ou uma política do ator, não significa uma substituição do diretor pelo ator, ou sequer um deslocamento do lugar da autoria, mas trata-se sim de uma expansão do lugar do ator no cinema. E qual é o lugar desse novo ator? Certamente não é apenas na tela, nem somente diante da câmera”, explica Cléber Eduardo, curador da Mostra de Tiradentes.
E nesse contexto, em que os atores estarão no centro das atenções não apenas nas telas, mas também nas mesas de debate, a 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes presta homenagem a um dos nomes em maior evidência nas telas do cinema brasileiro desses últimos 15 anos: Selton Mello, que comemora em 2012, 30 anos de carreira.
Nascido em Passos, Minas Gerais, em 30 de dezembro de 1972, Selton Mello mudou-se para São Paulo ainda criança com a família. Seu primeiro trabalho foi em uma novela da Rede Globo, com apenas oito anos. De lá para cá, foram 28 filmes como ator (que, juntos, já somaram mais de 15 milhões de espectadores), dois longas como diretor e mais de 30 participações em minisséries e novelas na TV. Uma carreira premiada em festivais como Toronto, Havana, Guadalajara, Brasília, Paulínia, Recife e Rio.
“Selton Mello é uma espécie de emblema do cinema brasileiro da última década, tanto no segmento popular, com filmes como O Auto da Compadecida e A Mulher Invisível, quanto no mais artístico, caso de Lavoura Arcaica, além de sua atuação como diretor em Feliz Natal e O Palhaço. Sua homenagem vem não apenas pelo percurso legitimado ao longo dos últimos anos, mas por representar atores não apenas de sua geração, mas também das anteriores e posteriores”, afirma Cléber Eduardo.
Como parte das homenagens a Selton Mello, a Mostra Tiradentes apresentará uma retrospectiva da obra desse grande ator, com os filmes O Palhaço, direção Selton Mello, Lavoura Arcaica, direção de Luiz Fernando Carvalho, A Erva do Rato, direção de Júlio Bressane, O Cheiro do Ralo, direção de Heitor Dhalia, além de contar com uma produção inédita, realizada por ele exclusivamente para a abertura da 15a Mostra de Cinema de Tiradentes.

MOSTRA TIRADENTES ANUNCIA SELEÇÃO DE CURTAS-METRAGENS
Nesses últimos 15 anos, a Mostra de Tiradentes firmou-se também como uma das principais janelas de exibição e lançamento da produção curta-metragista no Brasil. Muitos cineastas que estrearam seus curtas na Mostra já estão hoje com uma carreira estabelecida em longa-metragem, com muitos de seus filmes estreando ou sendo exibidos em Tiradentes.
“A seleção priorizou, novamente, a diversidade e a inquietação formal sem menosprezar o apelo das narrativas tradicionais. De um conjunto de 597 inscritos, extraímos os que dialogam com matrizes estética do presente sem precisar mimetizar os clichês da contemporaneidade. Neles, há estímulo suficiente para pensar a tecnologia e a barbárie civilizada, para indagar as subjetividades em combate ou em afago e para promover vínculos com a experiência. Neles, o cinema de jovens já veteranos encontra aquele produzido por novatos. Reuni-los significa permitir que eles sejam vistos, ouvidos e falados”, afirma Cássio Starling Carlos.
Este ano serão nada menos que 84 curtas, representando 12 estados brasileiros. São filmes selecionados para importantes festivais internacionais (como o mineiro Dona Sônia Pediu Uma Arma Para Seu Vizinho Alcides, de Gabriel Martins, recém-anunciado em Clermont-Ferrand, o mais importante festival de curtas-metragens do mundo), multi-premiados em festivais nacionais (L, de Thais Fujinaga; Uma Primavera, de Gabriela Amaral Almeida; Incêndio, de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes; Oma, de Michael Wahrmann; Ovos de Dinossauro na Sala de Estar, de Rafael Urban), além de muitos inéditos, que estreiam sua carreira de festivais em Tiradentes.
A Mostra Foco, com 10 curtas, é o grande destaque da programação, abrigando muitas dessas estreias. Os filmes desse segmento serão avaliados pelo Júri da Crítica, que escolherá o melhor curta desta 15a edição. A programação de curtas conta ainda com as mostras Panorama, Curta na Praça, Mineira, Jovem e Mostrinha.
Abaixo, a lista completa dos curtas selecionados para a 15a Mostra de Cinema de Tiradentes:

MOSTRA FOCO – competitiva
A MULHER NO ALTO DO MORRO, de Cássio Pereira dos Santos (MG/DF)
ENCONTRO COM SÃO JOÃO DA CRUZ, de Daniel Ribeiro Duarte (MG)
ENTRE NÓS, dinheiro, de Renan Rovida (SP)
JIBÓIA, de Rafael Lessa (SP)
MAIS DENSO QUE SANGUE, de Ian Abe (PB)
MÁSCARA NEGRA, de Rene Brasil (SP)
MEMÓRIAS EXTERNAS DE UMA MULHER SERRILHADA, de Eduardo Kishimoto (SP)
NA SUA COMPANHIA, de Marcelo Caetano (SP)
QUANDO MORREMOS A NOITE, de Eduardo Morotó (RJ)
QUERENÇA, de Iziane Filgueiras Mascarenhas (CE)

MOSTRA CURTA NA PRAÇA
49 DIAS, de Tati Fujimori (SP)
DEUS, de André Miranda (DF)
DUAS VIDAS PARA ANTONIO ESPINOSA, de Caio D’ Andresa e Rodrigo Fonseca (SP)
JULIE, AGOSTO, SETEMBRO, de Jarleo Barbosa (GO)
L, de Thais Fujinaga (SP)
O VELHO E O NOVO, de Daniel Caetano (RJ)
QUEM É ROGERIO CARLOS?, de Pedro Bughay (RS)
SAMBATOWN, de Cadu Macedo (SP)
SILÊNCIO 63, de Fábio Nascimento (SP)
TRÊS VEZES POR SEMANA, de Cris Reque (RS)
TROCAM-SE BOLINHOS POR HISTÓRIAS DE VIDA, de Denise Marchi (RS)
UM OLHAR PASSAGEIRO, de Pedro Carvalho (MG)
ZENAIDE, de Mariana Porto (PE)

MOSTRA PANORAMA
A NONA VÍTIMA, de Diego Zon (ES)
ADORMECIDOS, de Clarissa Campolina (MG)
AS HERANÇAS, de Giovani Barros (RJ)
AS ÚLTIMAS PUTAS DE PARIS, de Ana Paula Nogueira (RJ)
ASSUNTO DE FAMÍLIA, de Caru Alves de Souza (SP)
CAIXA DE PANDORA, de Lucas Sander e Paula Santos (MG)
CASA, de João Krefer (PR)
CASA AFOGADA, de Gilson Vargas (RS)
CÉSAR!, de Gustavo Suzuki (SP)
CRISTINA, de Melissa Gava (SP)
DA ORIGEM, de Fábio Baldo (SP)
DIZEM QUE OS CÃES VÊEM COISAS, de Guto Parente (CE)
DOIS, de Thiago Ricarte (SP)
DONA SÔNIA PEDIU UMA ARMA PARA SEU VIZINHO ALCIDES, de Gabriel Martins (MG)
ESSAS SENHORAS, de Gláucio Souza (PR)
FUGAZ, de Joacélio Batista (MG)
GERTRUDES E SEU HOMEM, de Adriana Rodrigues (GO)
INCÊNDIO, de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes (RJ)
LERON MEDE OS ESPAÇOS, de Daniel Ifanger (SP)
MARCHA DA LIBERDADE, de Fábio Burnier (SP)
MEIO-DIA ISABELA, de Evandro Scorsin (PR)
NEM A MIM, NEM A TI, de Tomás von der Osten (PR)
O CADEADO, de Leon Sampaio (BA)
O SAMURAI DE CURITIBA, de Rober Machado e Jose Padilha (PR)
OMA, de Michael Wahrmann (SP)
OS MORTOS VIVOS, de Anita Rocha da Silveira (RJ)
OVOS DE DINOSSAUROS NA SALA DE ESTAR, de Rafael Urban (PR)
PODE PIORAR, de João Tenório (SP)
PREGADORES, de Cavi Borges e Leonardo Kopke (RJ)
PRESERVATIVO, de Filipe Matzembacher, Márcio Reolon e Samuel Telles (RS)
RETRATO FALHADO, de Andre Warwar (SP)
SE VOCÊ DEIXAR O CORAÇÃO BATER SEM MEDO, de Tamíris Spinelli (PR)
SÉCULO, de Marcos Pimentel (MG)
UMA NOITE, de Daniela Santos (RJ)
UMA PRIMAVERA, de Gabriela Amaral Almeida (SP)
WILMA, de Eva Jofilsan (PE)

MOSTRA MINEIRA
ARREBENTAÇÃO, de Gabriel Sanna e Raquel Versieux (MG)
FICA, de João Toledo (MG)
LUNARIUM - RETRATOS EM AZUL, de Elza Cataldo (MG)
TURISMO DE GUERRA, de Felipe Ivanicska (MG)
UMA BREVE HISTÓRIA DE VIAGEM OU IMPERATIVO NEGATIVO, de Chico Pelúcio (MG)
SPACE DUST, de Sávio Leite (MG)

MOSTRA JOVEM
A ARTE DE ANDAR PELAS RUAS DE BRASÍLIA, de Rafaela Camelo (DF)
ACONTECEU NO BIXIGA, de Marcela Chamilian (SP)
MAÇÃ, de Pedro Paulo de Andrade (SP)
MÁQUINA DE SORVETES, de Christopher Faust (PR)
O ÚLTIMO JOKENPO, de Chris Tex (SP)

MOSTRA MOSTRINHA
A GRANDE VIAGEM, de Caroline Fieratti (SP)
A MAGIA DO NATAL, de Bruno Bask (SP)
BOBOLETA, de Karla Oliveira (MG)
CACHOEIRA, de Rodrigo Eba (SP)
MEMÓRIAS DO MEU TIO, de Alexandre Rafael Garcia e Álvaro Zeini Cruz (PR)
NEGÓCIO DE MENINO COM MENINA, de Marcus Vilar (PA)
O MACACO E O RABO, dos alunos da disciplina Animação digital UFPE-CAA (PE)
O MUNDO DE ULIM E OILUT, de Caru Alves de Souza (SP)
OS SONÂMBULOS, de Igor Amim (MG)
OBSOLETO, de Heitor Mendonça, Leandro Henriques e Victor Mendonça (RJ)
REMOTO CONTROLE REMOTO, de Bruno Bask (SP)
SONHANDO PASSARINHOS, de Bruna Carolli (DF)
TEMBIARA, de Jackson Abacatu (MG)
TENTÁCULOS, de Thiago de Magalhães Quadros, Beth Soarez, Álvaro Victorio, Beto Paiva, Vinícius Lewer, Rafael Carvalho e Leandro Batista (RJ)

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