9 de mar. de 2019

O mestre dos mestres do violão: José Lucena Vaz celebra 75 anos de vida


foto: Beto Eterovick


Com entrada franca, no dia 19 de março, terça-feira, às 19h30, uma noite muito especial acontece Conservatório da UFMG (Av. Afonso Pena, 1534, Centro – BH - MG). Trata-se de um recital de violão em homenagem a José Lucena Vaz que, celebra 75 anos de vida, um dia após o evento.

Um mestre!
É assim que, todos os seus alunos de violão e muitos nomes dessa arte musical o denominam.
José Lucena é uma importante personalidade do cenário violonístico no estado de Minas Gerais e no Brasil.
Lucena introduziu o primeiro curso de violão em uma universidade pública nacional: de Bacharelado em Violão, na Universidade Federal de Minas Gerais, em 1976.
O respeitável professor atuou na formação de inúmeros músicos de prestígio e de reconhecimento internacional, fortalecendo sua importância valiosa para a nossa música. Entre os alunos: Fernando Araújo, Celso Faria, Eduardo Barretto, Teodomiro Goulart, Gilvan de Oliveira, Cláudio Beato, Rogério Bianchi, Cecília Barreto, Rodrigo Duarte, Máximo Soalheiro, Eduardo Campolina, Charles Roussin, André Guerra, Geraldo Vianna, Celso Moreira, Weber Lopes e Silvio Carlos (Belo Horizonte), Flávia Domingues Alves (Porto Alegre), Maria Haro (Rio de Janeiro), Marcelo Kayath (São Paulo), Aliéksey Vianna (Suíça) e Lindolfo Bicalho (França).

No dia 19, alguns de seus ex-alunos, representantes de várias gerações e estilos, vão se apresentar como forma de agraciar o mestre. Entre os artistas convidados, contam músicos de vasta experiência e relevância como: Fernando Araújo, Juarez Moreira, Gilvan de Oliveira, Carlos Walter, Celso Faria, Weber Lopes e Eduardo Barretto. O evento, que já está se delineando como uma super confraternização no âmbito musical é parada obrigatória para os amantes do instrumento mais popular do Brasil.

JOSÉ LUCENA VAZ

Mineiro da cidade de João Pinheiro, José Lucena Vaz nasceu em 1944 e iniciou seus estudos musicais em 1953, com apenas 9 anos de idade. A partir dos 14 anos passou a se dedicar exclusivamente ao violão.
Em 1967, obteve seu primeiro diploma neste instrumento pelo Instituto São Rafael (BH/MG), tendo como mestre Walter de Carvalho Alves.
Na década de 70, buscou aperfeiçoamento em vários cursos, entre os quais podemos citar: Festival de Inverno de Ouro Preto; Seminário Internacional de Violão de Porto Alegre; Seminário Internacional de guitarra de Montevidéu, tendo neste período absorvido importantes conhecimentos de renomados mestres, entre eles Abel Carlevaro.
Em 1973, ingressou no Curso de Composição e Regência da Escola de Música da UFMG, onde lecionou a disciplina de violão até 1997.
Vale destacar, entre as muitas premiações que obteve: o 1º lugar no III Concurso Internacional de Violão de Porto Alegre (1971), obtendo ainda a “Medalha de Ouro” no Seminário Internacional de Guitarra de Montevidéu (1975). Em 1986, recebeu convite para dirigir um seminário de técnicas violonísticas na Suíça.
Em 1990, realizou, a convite da “Brasilien Initiative Freiburg E.V.”, uma turnê pela Alemanha, onde também proferiu palestras e “Master Classes”. Em 1997, foi homenageado pela UFMG com o “Concurso Nacional de Violão José Lucena Vaz” por ter inserido o primeiro curso de violão de Brasil em uma Universidade Federal.
Em 2001, realizou uma tournée pela Itália muito prestigiada pela mídia e pelo público.
Em 2005, teve participação ativa como instrumentista a convite da UFMG - Festival de Inverno em Diamantina; Da Nova Acrópole de Belo Horizonte – Semana dos Pais, e da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, para o encerramento do Fórum Nacional de Secretários e Dirigente de Cultura, em Cuiabá – MT.
Atualmente divide suas atividades realizando recitais e ministrando cursos de pequena duração. No empenho dessas atividades, imprime sua marca pessoal: fundamenta seu trabalho no estudo de aspectos da cinesiologia humana aplicáveis à técnica de execução violonística.

DEPOIMENTOS
“O Professor José Lucena é daquelas pessoas raras que entram na nossa vida para norteá-la e determinar o nosso destino. Tenho orgulho de tê-lo como único Professor de Violão.Aprendi muito e devo-lhe a corajosa indicação para lecionar na Fundação de Educação Artística quando ainda estava nos cueiros do violão.”
Teodomiro Goulart (violonista, compositor, inventor dos Violões Fractais (adquiridos pelo Museu Antonio de Torres (Espanha), autor do inovador Método Violar – adotado em 17 países, professor de Violão na Fundação de Educação Artística)

“O Professor Lucena deu uma contribuição imensa para o ensino do Violão em Belo Horizonte e Minas Gerais. Inclusive, foi quem lutou para a criação cadeira de violão na UFMG. Sou autodidata... Nunca tive aulas regulares de música.(estudei Engenharia Civil na UFMG). Aprendi violão "tirando músicas de ouvido". Mas, conheci o Lucena e as nossas conversas e encontros no Conservatório, no início dos anos 70, foram muito importantes. Ele me chamou a atenção para a técnica e me deu muitos toques e conselhos fundamentais. Muito obrigado Lucena..Você merece todas as homenagens!”
Juarez Moreira (violonista, um dos idealizadores e coordenadores do Festival Internacional de Violão)

“Mais do que um grande professor, considero Lucena um mestre. Alguém que, além de possuir profundo conhecimento de sua matéria – a música e o violão –, tem uma fantástica e, eu diria mesmo, misteriosa capacidade de despertar no aluno uma transformadora paixão pela arte.”
Fernando Araújo (violonista, professor do instrumento na Escola de Música da UFMG, um dos idealizadores e coordenadores do Festival Internacional de Violão)

“Independentemente de nossa grande amizade, Lucena foi um mestre especial em minha vida. Tive relativamente poucas aulas com ele, pois no Curso de Formação Musical eu fui da turma da Rachel. Mas, naquela época (anos 80 e 90), sua presença era ubíqua na comunidade do violão clássico em Minas, influenciando a todos: nas aulas de outros professores, nos concertos de colegas, nas discussões sobre técnica, repertório e interpretação etc. Aquela audição cirúrgica, a musicalidade refinada e a personalidade ao mesmo tempo crítica, instigante, generosa e bem humorada que o definem bem como professor, foram referências fundamentais na formação de toda minha geração, bem como de várias outras, anteriores e posteriores. Tal influência seguirá por muito tempo entre nós, como resultado justo e natural de todo amor e dedicação com que o Lucena conduziu sua carreira.”
Aliéksey Vianna (violonista, um dos idealizadores e coordenadores do Festival Internacional de Violão)

“Como contar nestas poucas palavras a importância e significância do Mestre José Lucena Vaz na minha vida? Impossível... Peço o auxílio luxuoso e licença ao poeta para dizer: No meio do meu caminho havia um diamante, e os diamantes brilham e duram para sempre! Milvezesmente obrigado Mestre Lucena, graças à Música que nos uniu!”
Gilvan de Oliveira (violonista)

"A história do Lucena se confunde com a história do violão em Minas Gerais e no Brasil. Sua determinação, dedicação e amor à música foram responsáveis pela presença de inúmeros grandes violonistas, atuantes, espalhados por todo o mundo. Ele foi capaz de olhar para o presente, perceber a realidade do passado e imaginar o que poderia ser o futuro. Por tudo isso serei sempre grato ao mestre. Que tenha vida longa."
Geraldo Vianna (violonista)

“O Lucena é um mestre incomum. Questiona, provoca, abre possibilidades. O mais importante para ele é a alma de quem toca, a intenção. Durante nossa convivência, eu tive a felicidade de viver tudo isso intensa e profundamente. Saí diferente, os horizontes se ampliaram e eu só tenho a agradecer. Por isso ele é tão importante para nossa música. Ele nos mostra que o que vem primeiro é a personalidade, a originalidade. E que, para chegar a esse nível, é preciso aprender a escutar sua própria voz. Esse foi meu grande aprendizado. O verdadeiro mestre não impõe, escuta! Esse é o mestre Lucena.”
Weber Lopes (violonista)

"Conheci o José Lucena Vaz em meados da década de 1970 nos Seminários de Violão do Liceu Musical Palestrina. Aquela foi uma experiência inesquecível para mim porque às aulas do Lucena eram incríveis. Ele tinha muito carisma, incentivava seus alunos, tinha sensibilidade em saber lidar com as dificuldades e características de cada um. Aquela experiência foi muito marcante e decisiva para que eu optasse por seguir na minha carreira no violão."
Flávia Domingues Alves (violonista, professora de violão da UFRGS)

Nenhum comentário: