5 de set. de 2013

Ainda: o livro como performance


 
A Fundação Municipal de Cultura inaugura nesta quinta-feira, dia 5, às 19h30, no Museu de Arte da Pampulha (MAP), a exposição “Ainda: o livro como performance”, que apresenta quase cinquenta livros de artista que mostram algumas das possíveis relações entre o livro e a performance. A exposição é a primeira selecionada através do edital “arte.con” realizado em fevereiro deste ano. A mostra tem entrada gratuita e pode ser visitada de terça a domingo, das 9h às 19h.

A curadoria é do artista gráfico e professor da EBA/UFMG, Amir Cadôr. A proposta da exposição é lançar um novo olhar sobre a produção artística contemporânea de performance, indo além do mero registro e trazendo o conceito de performatividade como um campo de ação, em que a obra de arte pode deixar de ser percebida como produto ou resultado de uma ação para ser vista como proposição ou instrução para a realização de uma ação artística. “Um conjunto significativo de livros de artista com este tema ainda não foi mostrado, o que permite perceber aproximações entre obras que estão distantes no tempo, ou mostrar o contexto internacional de livros publicados no Brasil nas décadas de 1960 e 1970”, afirma.

Os livros que compõe a mostra foram agrupados em cinco eixos temáticos: performance para a câmera; performance para a página; partituras; representação gráfica do movimento e documentos. Em cada um destes eixos, a obra dialoga de maneira diferente. Um bom exemplo são as obras concebidas e realizadas para a fotografia (performances para a câmera) que reúne obras que não existem de outra forma a não ser como fotografia e dispensam a presença do público – é o caso das “situações” de Sigurdur Gudmundsson, ou a fotonovela de Cláudia e Beatriz Jaguaribe, realizada com a participação de atores profissionais. Nesta seção, têm destaque as performances para a câmera de Lenora de Barros que serão exibidas em seu contexto original, como parte de uma “revista de invenção” chamada “Zero à esquerda”.

Na exposição, nem todas as obras ficarão em vitrines: as páginas de texto de “O Performer”, livro de Fábio Morais, serão ampliadas utilizando plotagem. O livro “Amor e Felicidade no casamento”, de Jonathas Andrade e Yana Parente, também foi apresentado como uma fotoinstalação, com 80 fotografias tipo poster, de dimensões variáveis.

A mostra também faz um resgate histórico de obras que foram poucas vezes vistas no Brasil, como o livro “Objetos Verbais”, de Moacy Cirne, com instruções em uma série de folhas soltas, que foi exibido pela última vez no Brasil há 30 anos, na 1ª Mostra Nacional de Livros de Artista realizada em Recife. Fazem parte da mostra obras pioneiras, como o relato da experiência de Flávio de Carvalho realizada em 1931 ou os livros de Allan Kaprow dos anos 1970.

Amir Cadôr


Artista gráfico e professor da Habilitação em Artes Gráficas da Escola de Belas Artes da UFMG. Doutor em Artes na UFMG, realiza pesquisas sobre livros de artista. Participou de mostras coletivas de gravura e de poesia visual. Em 2011, realizou exposição individual em Belo Horizonte. Traduziu "A nova arte de fazer livros", de Ulises Carrión. Publicou os livros "A Night Visit to the Library", "Specimen Book", "Historia Natural" e "Elogio da Mão" pelas edições Andante em 2011.
De 5 de setembro a 13 de outubro
Terça a Domingo, das 9h às 19h

Museu de Arte da Pampulha
Av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Pampulha

ENTRADA GRATUITA

Informações para o público: (31) 3277-7946

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