7 de jun. de 2012

NOS CINEMAS...





















BRANCA DE NEVE E O CAÇADOR
Mitos e seus ensinamentos.
Um aprendizado extra estas releituras cinematográficas dos contos de fadas.
Em cartaz, agora, “Branca de Neve e o Caçador”, que já vi mais de uma vez, adorei.
Deixo para os críticos a parte técnica, os efeitos especiais, como o do espelho, literalmente “mágico”.
Pensando no sagrado feminino e suas nuances, na sabedoria implícita nestas histórias (quando criança, dizíamos: estórias), nos ensinando a desvendar a riqueza do comportamento humano, as artimanhas dos homens e mulheres e no subtexto da película: a arte da guerra.
Para que ainda vejam o filme, pretendo destacar elementos e simbologias que proporcionariam pesquisas e antologias, reflexões e olhares sobre a escolha da releitura da obra e sua contemporaneidade, frente às “entre aspas” conquistas da mulher – que chamaria aqui, retorno e consciência do sagrado em si.
Com respeito às diferenças e as belezas e sua relatividade, acho que nunca se pensou numa madrasta tão bela (Charlize Theron). A atriz é contraponto difícil, imagino, ao espelho, frente à outra beleza, a de Branca de Neve, que anteriormente, talvez eu não pensaria na tão “crepuscular” (Kristen Stewart).
Este aspecto já nos instiga a atenção para a brilhante atuação da Rainha e aí segue-se um sem fim de aspectos de riqueza simbológica:
A mãe, a herança, a neve, a natureza viva.
A natureza morta.
O castelo, o punhal, o espelho, a torre, a fé
O Pai-Nosso – a mais sagrada e universal das orações, feita diante do fogo, outro elemento de poder e diante de dois bonecos confeccionados em galhos e palhas, a magia.
A magia e seu preço, a ameaça do novo à beleza e o poder que desvanece, a incessante busca do consumo à juventude e o sonho da imortalidade.
Os pássaros, mensageiros – a visão da liberdade.
Branca de Neve, literalmente vê a morte pela “Greta”! rsrs
O risco, o cavalo branco, a aldeia. A dura façanha de aventurar-se pela floresta negra.
O manto de Corvos. Os corvos.
O caçador, o príncipe, o machado.
O imaginário.
A floresta se fortalece com a sua fraqueza”.
A arte da guerra e o que se dispõe a aprendê-la. O que se dispõe a ensiná-la.
Enfrentando a fera:
O trasgo (*é um ser encantado do folclore português do norte, Segundo as antigas crenças, os trasgos são pequenas “almas penadas”, crianças que não foram batizadas que retornam para pregar peças, perseguir ou enfrentar humanos, com a aparência assustadora do mal).
Nossas mágoas só dizem respeito a nos mesmos”.
A mulher e o mal, a bela e a fera, o trasgo e a princesa, a força encantadora do olhar.
Uma aldeia de mulheres sacrificadas e suas cicatrizes.
A beleza – sua relatividade – o efêmero.
Branca de Neve traz unhas sujas – o barro que esculpe, a lama que entranha, preço do descruzar os braços.
O sangue - a magia.
A saliva – o pacto.
A erva – a cura.
Um santuário
O canto das fadas.
Borboletas e fadas.
O bem, a bênção
O Cervo Branco faz reverência e abençoa a escolhida.
O bem, a inocência – a coragem, a força.
Ela é a própria vida”.
Os anões.
Da escuridão à luz e da luz à escuridão
Um anão cego e sua vidência além corpo.
O canto da despedida de um mestre.
Tudo aquilo que nos une e nos causa separação”.
A natureza viva, a natureza morta, a natureza viva.
O ódio, a pena.
A maçã.
o amor sempre nos trai”  (!?!)(Rainha)
você não pode ter o meu coração” (Branca de Neve)
O caçador,
A vida sem sentido, o sentido que dá a vida.
O coração da alma.
O verdadeiro amor.
“Do gelo ao fogo e do fogo ao gelo”.
A morte.
Adeus, princesa” (anão cego e sábio)
A confiança, a determinação
Joana D’Arc, por mérito e ação.
Ágape.
A ressurreição.
Um principe precisa ser forte.
E o homem reassume seu poder/papel caçador.
Não quero mais um príncipe.
Cavalgue ao lado e sempre.
A conquista do reino.
A luz.
A natureza viva.

A saber...
Nos cinemas.
(Márcia Francisco – 07 de junho de 2012)

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