27 de mar. de 2011

ENTREVISTA AO SECRETÁRIO DE ATENÇÃO À SÁUDE (MINISTÉRIO DA SAÚDE), HELVÉCIO MAGALHÃES,
por Márcia Francisco



O Secretário Helvécio Magalhães esteve em BH, neste domingo, 27 de março, para esclarecer à imprensa, aspectos relacionados ao Programa Rede Cegonha – Programa voltado para o atendimento integral de mães e crianças, da gravidez ao desenvolvimento do bebê.
O Rede Cegonha, que será oficialmente lançando na segunda, 28, pela Presidente Dilma Rousseff em visita à capital mineira, pretende contemplar a implantação de centros de atendimento (mastologia/ginecologia), incentivando exame preventivo do câncer do colo do útero; recadastrar e fiscalizar ostensivamente a qualidade dos 4 mil mamógrafos existentes na rede pública hospitalar nacional; observar a qualificação de parteiras; gerenciar médicos residentes no incentivo à prática do parto normal; mapear, com diagnóstico detalhado, as necessidades de maternidades e leitos de UTI, em todo o país. Estas são algumas das contemplações do Projeto. Para os próximos dois anos, o Governo Federal reservou
150 milhões de reais, para investimento na construção de maternidades com formatação humanizada. O Arco-Íris Gerais abordou, junto ao Secretário, duas questões na valorização da inclusão, através da saúde pública:

Há intenção, do Ministério, de incluir no programa Rede Cegonha, a identificação de bebês em formação, nascidos e crianças com deficiência? Se sim, acompanhamento especial para mães e filhos visando suporte de saúde, conscientização de direitos e direcionamento de inclusão?
Secretário Essa pergunta é muito boa porque faz parte da nossa luta pela cidadania e pela equidade na área de saúde. Nós temos, em Minas Gerais, uma experiência rica neste sentido, na UFMG, onde existe uma parceria nossa com o NUPAD (Núcleo de Ações e Pesquisas em Apoio Diagnóstico), que já teve milhares de crianças
com algumas doenças que podem levar à deficiência, se não tratadas, como o hipotireoidismo, entre outras. O NUPAD tem mais de 3 mil crianças com doenças especificas, com acompanhamento. Estamos estudando esta experiência para levar para todo o Brasil e haverá recursos. Não basta o Teste do Pezinho diagnosticar e depois não termos uma rede de cuidados. Pretendemos levar essa experiência mineira, da Universidade Federal para todo o Brasil. Há outros Estados que já têm esse recurso, mas, este é um ponto muito importante, porque significa prevenção, não podendo evitar doenças genéticas, congênitas, implantar e especializar uma rede de cuidados é possível. É uma determinação clara da Presidente, dar todo o tratamento necessário. Para se ter uma idéia, milhões de brasileiros já têm, por exemplo, o Benefício de Prestação Continuada - BPC. Estamos vendo este banco de dados com o Ministério de Desenvolvimento Social e vamos montar um acompanhamento direto, para dar assistência. Muitas crianças não estão na escola porque não têm órteses adequadas. Trata-se de uma ação do ponto de vista ético e assistencial prioritário para este governo.
Sabendo que o Ministério se envolve em missões, como por exemplo a missão feita para o Haiti em abril de 2010, na parceria da criação de um plano estratégico para assistência aos amputados vitimas do terremoto de janeiro, é possível ao Ministério, através de sua área técnica da Pessoa com Deficiência, dedicar verbas e profissionais à ajudas humanitárias em planos e ações voltadas para mães de bebês e crianças com deficiência brasileiras? Senão diretamente pelos órgãos públicos, então, apoiando entidades e órgãos não governamentais que apresentem projetos sólidos, eficientes e ativos ao Ministério?
Secretário É possível e vamos fazer. Dois pontos muito importantes nesta pergunta: o primeiro é que vamos mapear todas essas situações. O Governo Federal e a Presidenta Dilma lançarão seus esforços na erradicação da pobreza. E parte do esforço será de atender e acompanhar as famílias nas áreas de maior quantidade ainda de pobreza e, que têm crianças com algum problema especial. Esse é um dos fatores de não emancipação das famílias além das questões éticas e humanitárias envolvidas. Vamos fazer todo esforço, estamos, inclusive, rearticulando trabalho conjunto com o Ministério Social e o Ministério de Educação, para cuidar desses temas. O segundo ponto é que, efetivamente, agiremos em parceria com igrejas, cooperativas, associações e com as APAES. Isso será fundamental para esse sucesso: já que o país é tão grande, certamente, precisamos da sociedade junto nesta causa.