27 de fev. de 2009

Caminhos para 2012
Márcia Francisco

Seguem as especulações para 2012. Profecias astecas, maias, incas, prognósticos de ufólogos, astrólogos, religiões e crenças, canalizações de esotéricos e espiritualistas. Na ciência, as alterações climáticas e geológicas; o homem e o desflorestamento planetário. Desequilíbrios se unem às profecias da extinção da raça humana. Numa visão não somente otimista, mas, de observação, escolho pensar no final de um ciclo. Transformações vêm de processos e, não só de catástrofes imediatas. O mundo vai encontrando nova equalização. A responsabilidade total do indivíduo determina seu futuro e do coletivo na reorganização do presente. Somos alunos e mestres de nós próprios e de outros, em alternância diária. Apesar das fronteiras territoriais, não há longe. Simples considerações tecnológicas afirmam a união de terras, pessoas e a unicidade natural entre as esferas do universo. Portanto, mais que urge o tempo da gentileza. Não há dignidade isolada, se na esquina ou na África, outro ser transita no fio da navalha da fome ou da violência. Solidariedade é atitude. Na TV, a apresentadora americana Oprah Winfrey mostrou um projeto em respeito à crianças aidéticas e também órfãs, devido à doença. O custo para medicamentos e cuidado para uma criança africana seria de U$1/ dia. Isso, e uma vida salva. Acredito nesses vagalumes de atos ou fatos que indicam que a transformação pode ser para paz e o bem. Ainda que hajam buracos negros, há pessoas separando lixo em costas distantes, simplesmente, para fazer a sua parte. Esperançosa, vejo a posse do primeiro homem negro a dar seqüência a lista de mais de 40 presidentes dos Estados Unidos. Cor e raça não definem caráter nem competência, mas, a nova escolha dita a igualdade necessária e possível. Na cerimônia de entrega do Oscar, o longa indiano “Quem quer ser um milionário?” tomou a Academia e levou a estatueta na categoria de melhor filme e em outras sete. Uma história de vida e verdade transpôs fronteiras, alinhando países e povos. O competente Sean Penn, arrematou o Oscar de melhor ator, por sua (realmente) digna e brilhante atuação em Milk. Harvey Milk foi dos primeiros políticos a assumir a homossexualidade nos EUA e, apesar da curta trajetória que culminou em seu assassinato em 77, influenciou o país, como ativista pioneiro na causa da igualdade e direitos gays. Penn agradeceu o prêmio e falou ao governo da atenção necessária à igualdade. Agora, o Instituto Nobel de Oslo, por seu diretor Geir Lundestad, informou que o presidente dos EUA, Barack Obama e da França, Nicolas Sarkozy, estão na lista de candidatos ao Prêmio Nobel da Paz. São apontamentos de novas perspectivas. Olhos de peixe para abrir coração e mente às ações que já transformam as próximas décadas. Repito, tudo depende 100% de cada um. Se me permitem, escolho darmo-nos as mãos. Estendendo-as, com inclusão justa e digna, para quem as tem... ou não.